MUDANÇAS
É pequena essa poesia
E de longe
a que mais cabe no coração.
Ela surgiu do balançar
De folhas amarelas
Que anunciam o outono
Prenúncio do inverno.
E fazem refletir
Um novo tempo
Longo e de ajustes
Entre nós.
O que trouxemos
Para enfrentarmos o inverno?
De onde tiraremos forças
Para caminhar?
E até onde deveremos ir
Até encontrarmos um abrigo?
Você trouxe provisões?
Porque eu não.
A tempestade está mais forte
E já não tenho os olhos em você
Como antes
E não consigo seguir sua voz
Porque já não a distingo
Do tormento
A mim me soam iguais.
O que pareço a você?
Como me vê?
Também teme
O que eu me tornei
Aos seus olhos?