Sou mulher, não homem, mas alma ambígua, que significa que sinto pelos dois, mas talvez menos do que deveria.
Sou formada em ciências contábéis, funcionária pública há vinte anos, leitora assídua de clássicos me aventurando pelos contemporâneos da vida, mãe, fã do francês Léo Ferré (que ser!) e de filmes antigos em preto e branco.
Quero escrever um livro tocante, que roce a alma do leitor com delicadeza e que tire algo tímido dele, estou escrevendo algo e não é poesia, porque não sou poetisa. Não, eu não sou poetisa, sei. Para ser poeta é preciso ter tido a carne carcomida em vida e sangrado dores pelo dorso, e eu sou muito dura para isso, sou dura, insensível até.
Mas se vivo, algo disso ainda há de surgir.
Em frente!