Os Passistas
Há nas ruas um colorido acanhado
Um frevo sofrido, arranhado e doído.
Tem pés sendo arrastados gemendo.
Uma canção ao lado fervendo.
Rasga-se um verbo de saudade no frevar,
Quando isso vai passar, pássaro a voar
O galo a depenar suas lágrimas nos rios.
Lembranças dos carnavais que partiu.
O que será das escolas de samba, blocos?
Confetes, serpentinas, nossas Colombinas,
Pierrots. Que será sem tudo isso, gente?
O Galo da Madrugada, os Bonecos Gigantes.
Tantas interrogações sobre essa pandemia.
Como se não bastasse vem a roleta Russa.
Como ter o colorido, de novo, nas ruas Lia?
O Mameluco, Alceu Valença, Elba Ramalho.
Essa ciranda quem me deu foi Lia que veio da Baía de Itamaracá.