Labirinto

 

Ontem as fronteiras foram dribladas,

Bem longe da minha visão desgastada

Vi teu vulto espreitar minha alma ácida.

Em ritmo telepático, travesso e oculto.

 

Minhas passadas seguem rios correntes,

Teus olhos me levam e trás docemente.

Num protótipo ser sou levada em mente

Na essência real e doída desse sentido.

 

Devastei muitos corredores, me mutilei,

Por esse amor (in)secular, de pouca lei.

Ainda falam que o romance não existe,

Entre o céu e o inferno está a minh'alma

Estou num labirinto sem paz, sem calma.

 

Desnudo-me no cair da noite na procura,

Diante as tuas vestes guardo a primavera,

Visto meu corpo do sereno da madrugada.

Tocada pelo orvalho cruzarei a noite calída,

 

 

Oh Deus! por um momento, devolve-me

O labirinto.