JUVENTUDE BRILHA

E naquele dia eles haviam corrido 

E se curvado diante de um gato

E pulado a cerca do seu Moreira

Para pegar mamão caído

Ao pé da árvore ainda cheia.

 

E correram atrás de um cachorro

Que insistia em latir para eles

Sempre que eles davam as costas

E que fingiam mais que fingidos

Que um ao outro não se queriam.

 

E pedalaram morro abaixo

Pela encosta do Boi Siri

Voando e o cabelo aos ventos

O sorriso cheio de dentes

E a paisagem repleta de amanhãs.

 

Eram felizes sabiam

E por que não? Quem se importa?

A escola estava longe da encosta

Em algum lugar do passado

Entre a imposição e o dever.

 

Agora é verão vivamos

Que já não há o que temer

A não ser a perda do freio

Na curva da Mantiqueira

 

Mas somos mais do que vivos

Somos meninos prodígios

Que sobem, que correm, que gritam

Que fazem da vida um torneio.