VENTOS REVOLTOS
Que da tua boca
não te falte o verbo,
e dele se conjugue os
elementos do desejo.
Que tua palavra
se quede no silêncio
e não me julgue os
alimentos do corpo.
Espero em ti
a revolução da carne,
ressurreição do cerne,
emersão do impulso reprimido,
do coração oprimido,
órfão do teu olhar,
carente do teu sorrir,
ávido por te possuir,
impávido que nem
um nômade ali
do fundo do peito,
do fecundo beijo
que brota de ti,
e sem lugar marcado
não guarda assento,
viaja no pensamento
movimenta o vento
como tornado,
e sopra paixão,
como um furacão
dentro de um sujeito
abandonado,
sujeito, sem ti,
a viver apenas condenado.