VENTOS REVOLTOS

Que da tua boca

não te falte o verbo,

e dele se conjugue os

elementos do desejo.

Que tua palavra

se quede no silêncio

e não me julgue os

alimentos do corpo.

Espero em ti

a revolução da carne,

ressurreição do cerne,

emersão do impulso reprimido,

do coração oprimido,

órfão do teu olhar,

carente do teu sorrir,

ávido por te possuir,

impávido que nem

um nômade ali

do fundo do peito,

do fecundo beijo

que brota de ti,

e sem lugar marcado

não guarda assento,

viaja no pensamento

movimenta o vento

como tornado,

e sopra paixão,

como um furacão

dentro de um sujeito

abandonado,

sujeito, sem ti,

a viver apenas condenado.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 10/02/2022
Reeditado em 10/02/2022
Código do texto: T7449341
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