CARÊNCIA
Avise-me das tuas presenças!
Preciso sabê-las, logo!
Ando repleto
de ausências,
de brisas pálidas,
lembranças desbotadas,
desabotoadas de teu corpo,
desabituadas daquele beijo,
inabitadas de todo o jeito,
habilitadas em meu peito.
Teus vazios me preencheram o suficiente,
bastantes são os silêncios da tua pele.
Não quero tua mudez,
preciso de toda nudez,
desnuda está minha alma,
ela anseia conjugar nossos despudores,
na gramática do amor,
na grama fática da tarde,
no leito que arde
em uma noite de calor.
A madrugada está sozinha,
chora às luas,
cheias de dor,
de minguantes saudades,
crescentes desejos
de boas novas,
e de todas
as outras formas
de lugar,
de outras fôrmas
do luar.