CARÊNCIA

Avise-me das tuas presenças!

Preciso sabê-las, logo!

Ando repleto

de ausências,

de brisas pálidas,

lembranças desbotadas,

desabotoadas de teu corpo,

desabituadas daquele beijo,

inabitadas de todo o jeito,

habilitadas em meu peito.

Teus vazios me preencheram o suficiente,

bastantes são os silêncios da tua pele.

Não quero tua mudez,

preciso de toda nudez,

desnuda está minha alma,

ela anseia conjugar nossos despudores,

na gramática do amor,

na grama fática da tarde,

no leito que arde

em uma noite de calor.

A madrugada está sozinha,

chora às luas,

cheias de dor,

de minguantes saudades,

crescentes desejos

de boas novas,

e de todas

as outras formas

de lugar,

de outras fôrmas

do luar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 08/02/2022
Código do texto: T7447898
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.