QUANDO O TEMPO DORME
Não há engarrafamentos,
quando o tempo estaciona dentro da alma.
Apenas uma fluidez do silêncio,
anestesia das palavras.
A vida se revela
nos detalhes do nada,
nas mínimas coisas:
na parestesia das formigas,
na sinfonia do vento,
valsando com as folhas,
no balanço do barco,
da calma que nos abarca,
e nos abraça.
E nesse balanço existencial,
vamos nos acalentando ...
nos amamentando com o leite
no leito
que a paz nos permite sonhar.