Coisas de Amor

 

Pranto silencioso e intermitente,

Pranto teimoso que tortura a mente.

Água da ribanceira a esborrar as vias,

Avalanche que desnorteia a braçada.

 

Chuva torrencial que trás a desilusão,

Desencanto, margia da cegueira do amor,

Desenlace de mãos a chamar à atenção.

A chegada do trem, o vagão e ninguém.

 

A madrugada fria trás cheiro de relva,

Ruas caladas daqueles que dormem.

Nos bares se escondem na penumbra

A dor latente da vil solidão, a saudade,

A lembrança sintética a partir da selva.