O meu canto libero

Desse mundo em que

Prisioneiro és

Sairás um dia,

Muito muito em breve, verás.

Mas enquanto estás

Sob a Intensidade Real

Comum a todos que

Estão construindo

A Vida Livre,

Ouve o meu canto

Meu Silencioso Amigo,

Ouve o meu canto

Cravado em mim

A partir dessa mesma situação

Destilado entre o pranto

E a dor imensa,

Na emoldação

De um Novo Coração,

Motor do meu próprio espírito

Mais leve

Mais claro

Mais ciente.

A Dor é Excruciante,

E os gritos eivados de desespero

Geram Silêncios Arrebatadores,

Sei como é, sinto e Compreendo,

E por isso eu fico

E eu não falo,

Eu apenas permaneço

Muito delicadamente

Dentro de um impossível abraço

De amigos muito distantes

Juntos no perdido encontro

Das consciências paralelas.

Nos olhamos

Muito cheio de medos

Muito rapidamente

E seguimos silenciosos,

Abafadamente vivos

Construindo cada passo

Com o melhor de nós,

Com toda nossa presteza

De nosso máximo cuidado.

O meu canto libero,

Mas escondido,

Sem alarde,

Sem gritos

Agora macio

29/10/2012

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 21/12/2021
Código do texto: T7412352
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