O meu canto libero
Desse mundo em que
Prisioneiro és
Sairás um dia,
Muito muito em breve, verás.
Mas enquanto estás
Sob a Intensidade Real
Comum a todos que
Estão construindo
A Vida Livre,
Ouve o meu canto
Meu Silencioso Amigo,
Ouve o meu canto
Cravado em mim
A partir dessa mesma situação
Destilado entre o pranto
E a dor imensa,
Na emoldação
De um Novo Coração,
Motor do meu próprio espírito
Mais leve
Mais claro
Mais ciente.
A Dor é Excruciante,
E os gritos eivados de desespero
Geram Silêncios Arrebatadores,
Sei como é, sinto e Compreendo,
E por isso eu fico
E eu não falo,
Eu apenas permaneço
Muito delicadamente
Dentro de um impossível abraço
De amigos muito distantes
Juntos no perdido encontro
Das consciências paralelas.
Nos olhamos
Muito cheio de medos
Muito rapidamente
E seguimos silenciosos,
Abafadamente vivos
Construindo cada passo
Com o melhor de nós,
Com toda nossa presteza
De nosso máximo cuidado.
O meu canto libero,
Mas escondido,
Sem alarde,
Sem gritos
Agora macio
29/10/2012