VISÕES
Assim me vejo.
Um arcabouço de ossos
que sustenta o corpo frágil.
Invisíveis, minhas almas todas
vão se escondendo
nesse cipoal nervoso.
Vários eus, muitos, muitos,
juntam-se em conluio
e maldizem o tempo que resta.
E as rugas, testemunhas de passados,
criam expressões de dó.
Quanto ainda resta de sonho
não sei.
Assim me vejo, meio pirado,
meio pirata, buscando algum navio
ou alguma ilha em que possa repousar.