ENTRE DEUS E O ADEUS
Quando me fui
não recordei
Sua ausência
nem mesmo pude
perceber-me indo;
haviam muitos vazios
e não recobrei
minha cadência
nos passos erradios.
Apenas deixei-me levar
para algum lugar distante de mim,
do meu caminhar.
Sua presença
era demasiada certa
da penitência,
a porta estava aberta.
Restava em mim
os sonhos fatigados,
cansados de sonhar
Via-me na janela do tempo,
debruçando-me
com olhos famintos
de alguma reticente esperança
com o pranto reprimido
por tantas desilusões
e tantas outras falsas resignações.
Era preciso seguir;
necessário chegar a algum lugar além
para recomeçar
uma outra ilusão
em passos,
preces,
preços
a pagar
terços
a rezar
nesta eterna procissão
do adeus.
Só eu...
e Ele
entre a areia e o calcário,
cada um em seu calvário.