MUNDO PEQUENO

MUNDO PEQUENO

 

O mundo ficou pequeno,

Pois não preciso de estrada,

E nem de um navio ou feno,

Se o voo já não me atrasa.

 

Por isso eu percorro a ravina,

Da América já conquistada,

Ou avante na Gália Cisalpina,

Como César fez numa jornada.

 

Nem elefantes se esquecem,

Das trilhas na bota fincada,

Se nos Alpes já não crescem,

Os mortos da guerra contada.

 

E hoje eu vago na história,

Tocando as colunas do templo,

Porque os cavalos de Tróia,

Seduzem com velas ao vento.

 

Mas se hoje eu uso astronaves,

Outrora eu montava mustangs,

Por isso as notas mais graves,

Eu trago dos versos de antes.

 

E cada tambor ou corneta,

Me lembra dos ritos de atrás,

Pois selam o fardo de letras,

Dos livros que velam mortais.

 

Mas hoje eu posto na hora,

O que não se lê em jornais,

Pois tudo já mostra Pandora,

Se o gozo nos faz animais.

 

Somente não basta o que vejo,

Se há mais faróis do que cais,

Desde quando é tudo lampejo,

Do raio de Zeus ou bem mais.