Peremptório

Não basta definir, é preciso criar

já povoam as duras obras, os limites

falta a faísca da sincera novidade

que abrilhanta o dia sem abdicar

Está em queda o saber braçal

de quem tudo rege e governa

É no acidente do improviso

que a vida renasce original

Deletável instante que tudo fez

para que nada deixasse de existir

diante do que ainda não devia

incluiu a certeza no trono do talvez

Triste ciência no rigor do conceito

o pensamento se conforta na dor

que só quem um dia nutriu, enxerga

resta o lamento pelo formal sujeito

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 20/11/2021
Código do texto: T7390080
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