DAS INSTÂNCIAS DAS DISTÂNCIAS
Não te conheço
senão pelos
desconhecidos
saberes,
sabores
de vagarosos
amores.
Vaporosos,
como folhas
de tantos anos
sem precipitações;
de cair
sem pré palpitações,
sem pressa
dos seus outonos
do porvir.
Não cessa
o sonho desvalido;
espera seus donos,
tão desguarnecido
tardante é sua dona
reparadora de danos
das noites sem sono
vai e não mais vem
e logo me abandona
no vazio que contém.
O perfume vagante,
esgueirando-se em ares
rarefeitos de ausência,
seu aroma vacante
em todos os teus lugares
desfeitos do teu contato,
defeitos em meu olfato
na falta da tua ardência.
Tua voz
é silente
fustiga
os meus ouvidos,
algoz
insolente,
conspira
nos seus olvidos,
faz ressoar
inaudível,
transpira,
ela ecoa,
e sua,
ela soa
ela é sua ...
de mais ninguém
minha saudade
que me invade,
atordoa!
Não te conheço
além do verso
inacabado,
do retrato ainda
não tirado,
desbotado
na moldura do esperar
que o tempo,
que não quer perorar,
afinal,
se escusa,
de pronto,
na recusa
do ponto
final.