DAS INSTÂNCIAS DAS DISTÂNCIAS

Não te conheço

senão pelos

desconhecidos

saberes,

sabores

de vagarosos

amores.

Vaporosos,

como folhas

de tantos anos

sem precipitações;

de cair

sem pré palpitações,

sem pressa

dos seus outonos

do porvir.

Não cessa

o sonho desvalido;

espera seus donos,

tão desguarnecido

tardante é sua dona

reparadora de danos

das noites sem sono

vai e não mais vem

e logo me abandona

no vazio que contém.

O perfume vagante,

esgueirando-se em ares

rarefeitos de ausência,

seu aroma vacante

em todos os teus lugares

desfeitos do teu contato,

defeitos em meu olfato

na falta da tua ardência.

Tua voz

é silente

fustiga

os meus ouvidos,

algoz

insolente,

conspira

nos seus olvidos,

faz ressoar

inaudível,

transpira,

ela ecoa,

e sua,

ela soa

ela é sua ...

de mais ninguém

minha saudade

que me invade,

atordoa!

Não te conheço

além do verso

inacabado,

do retrato ainda

não tirado,

desbotado

na moldura do esperar

que o tempo,

que não quer perorar,

afinal,

se escusa,

de pronto,

na recusa

do ponto

final.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 30/10/2021
Código do texto: T7375001
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