CRIANÇA
Da criança
evoquemos
o sono dos anjos
de corpos frágeis,
e asas fortes
nos voos de cada manhã.
Não há de se pedir
reservas,
nem pudores;
repousa a criança
em leito puro,
na liberdade
da janela sem trancas,
à porta desabituada de cadeados;
varanda encoberta de sorrisos,
envolta de pássaros.
às folhas delicadas,
voando desordenadas
na algazarra organizada
pelo vento,
na dança trôpega
de pezinhos aprendizes
que provoca tremores
na terra
que com ela quer dançar.
Exultemos
seus olhos,
alí brilha a alegria
de ser o melhor,
o maior presente
daquele lugar.
Por isso,
lhe dedico os versos,
sem rimas ou métricas
palavras incompreensíveis...
apenas singelamente infantis,
porque infantil é
quem sabe ser feliz,
porque ser feliz é
ser sempre criança
na forma de escrever
na forma de se viver
com sua esperança.