DESARME OS DESAMORES!
Onde há amor,
não há armas,
só há almas!
Não há largar,
há, sim, lugar
de se ajuntar,
de alagar,
se alargar,
de se amar:
desarmar.
De se ajeitar,
de se aceitar,
de um jeito,
no leito,
do peito,
onde amamos,
amamentamos,
alimentamos
da terra, o cio,
da margem, o rio
da esperança, o fio.
Nos guardamos,
aguardamos
o desaguar
e nos amamos
e nos armamos
do amor
e do amar.
Do exército,
eu exercito
outra formação:
nas formas
das mãos,
que a poesia cria,
das mães
na poesia da cria.
A vida sem amor,
é vida perdida,
é dádiva ferida
é cruz,
sem luz
para os que não se dão:
é somente
a semente da escuridão.