TEMPOS MODERNOS
O poeta sente a fome dos
aneuréxicos de plantão.
Não se satisfaz com saladas
mal lavadas.
Nem com ervas finas e de cheiro
bom.
O poeta virou burguês.
Mal sabe de ovos mexidos.
Nem de mexillhões.
Novos tempos da poesia.
Um bocado de angústia.
Outro tanto de astúcia.
E as letras se misturam
como num rocambole
sem início, nem meio...
nem fim.