PURA
Não quero
sentimentalismos,
nem mesmo
sentimentalidades,
Deixais serem
as sombras que são,
carentes de uma luz,
reféns do lumém,
para se propagarem em parasitológicas aparições.
De ti,
aprecio a suficiência
do teu mais singelo sentimento,
sem excessos,
ou exiguidades,
na medida exata da tua verdade,
na pureza com que
se despe para mim,
com as vestes da alma,
como vestais,
como virgem,
imaculadamente,
maior do que
qualquer desejo venal,
apenas embalsamada
de infinitos sonhos,
que nenhuma realidade profana
jamais ousará alcançar.