HORAS MORTAS
"Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais
O tempo que passou,
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo..."
Fragmento de "Tempo Perdido", Legião Urbana
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HORAS MORTAS
Inertes são as horas
às quais não lhes dedicamos alguma devoção.
Ponteiros mudos,
desprovidos da voz do tempo
da reverência no templo,
no altar que consagramos
o registro das litúrgicas realizações.
Vazios,
os momentos
se enchem da sua inutilidade,
heréticos aos desígnios
do amanhã,
desperdiçando hojes,
olvidando-se dos ontens.
Apenas circunferências
opacas nos relógios
ou parcas pelos ócios,
sem o brilho das conquistas,
ou pelo menos
de algum sonho
que valha a pena conquistar.