DESAVISOS
Já não há em mim tantos regressos.
O tempo impacientou-se
e trancou o portão da imaginária volta.
Mas ainda havia
um resquício de espera,
da eterna moribunda esperança.
Pena!
Terei que acalentá-las
em alguma outra dimensão,
por ora desconhecida,
na penumbra de um verso
ainda mais ingênuo
que o farei com
uma nova pena
da ilusão repaginada,
enquanto procuro
a chave daquele mesmo portão
que o senhor da razão,
sem razão alguma,
deixou à sombra de algum desaviso.
Só não sei bem,
se o dele,
ou o meu.