Desaguar

Águas salgadas que desaguam infinitamente, sem parar,

Águas que empoçam e formam rios em meus olhos cansados de marejar,

Sensação de choro preso, reprimido por todo o meu corpo, que sem conseguir se libertar, enrijece.

Tensão que se acumula em meus ombros e sobre minhas pernas esgotadas de tanto segurar...

Tanto que nem sei nomear, só sei sentir, desaguar.

Dores de uma vida roubada, violada, castrada que, depois de tanto se perder, aguarda pela oportunidade de se renovar, purificar, se libertar e voar livre pelo universo infinito em suas possibilidades de amar.

Rafaela Andrade
Enviado por Rafaela Andrade em 30/08/2021
Código do texto: T7332053
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