SEQUELAS DA DOR
SEQUELAS DA DOR
Sequelas só tem quem apanha,
E o pobre só vive de dor,
Apanhando na guerra tamanha,
Onde o nobre é sempre Senhor.
É tudo de graça pra Corte,
E o pobre só come o final,
Sem graça e no meio da noite,
Pois o dia é só do chacal.
Sempre a surra é no miserável,
Pois, se tem, é roubo ou penhor.
Se o direito é certo e amável,
Para o rei que também é doutor.
Nunca deixam a plebe ser dona,
Nem saber ler ou ter seu valor,
Se a pele é quem dá carona,
No iate de um farto louvor.
Porque rico ora nos palácios,
E o pobre reza ao sol no calor,
Pois o rico só acha o fácil,
E o pobre é a tela sem cor.
Nessa vida de preto & branco,
Sem as cores de um arco-íris,
A elite se serve de um banco,
E o pobre é mendigo de pires.
Mas o justa certeza do pobre,
É saber o destino que aguarda,
Que consome a gula do nobre,
E a fome que nunca lhe tarda.
Todos chegam e vão derrepente,
Ninguém fica pra ver a verdade,
Pois o tempo é como a corrente,
Da prisão que não quer vaidade.
SEQUELAS DA DOR
Sequelas só tem quem apanha,
E o pobre só vive de dor,
Apanhando na guerra tamanha,
Onde o nobre é sempre Senhor.
É tudo de graça pra Corte,
E o pobre só come o final,
Sem graça e no meio da noite,
Pois o dia é só do chacal.
Sempre a surra é no miserável,
Pois, se tem, é roubo ou penhor.
Se o direito é certo e amável,
Para o rei que também é doutor.
Nunca deixam a plebe ser dona,
Nem saber ler ou ter seu valor,
Se a pele é quem dá carona,
No iate de um farto louvor.
Porque rico ora nos palácios,
E o pobre reza ao sol no calor,
Pois o rico só acha o fácil,
E o pobre é a tela sem cor.
Nessa vida de preto & branco,
Sem as cores de um arco-íris,
A elite se serve de um banco,
E o pobre é mendigo de pires.
Mas o justa certeza do pobre,
É saber o destino que aguarda,
Que consome a gula do nobre,
E a fome que nunca lhe tarda.
Todos chegam e vão derrepente,
Ninguém fica pra ver a verdade,
Pois o tempo é como a corrente,
Da prisão que não quer vaidade.