Luto em Abandono

 

Ando a navegar por horizontes distantes,

Não sou um ser errante, intrigante,

Nem trago a espada nas mãos,

Mas cabe dizer que às páginas

estão entorpecidas, amargas, ferinas.

As línguas estão salobres,

O olhar desbota a tinta.

 

Posso colocar cores vibrantes,

Das cores sou amante,

Mas corta a carne viva

Ver o luto em abandono,

 

Ver tantos desencontros,

Falta de iniciativas.

A vida humana sem ter rima, sem ter voz ,

Nas idas e vindas dos anos.