ESPERA

Eu consumi toda a espera,

que se desperdiçou no vazio

da hora que vaga,

do vento vão que vai

se despedir do movimento

do leito seco do rio.

O que se disse no silêncio

foi a palavra baldia,

perdida na hora que traga

a noite e o dia,

a minha terra,

e o desejo que o agora me traga

um sonho, a poesia

maior do que aquilo que ora

se encerra.

O tempo não espera,

nem o nada,

nem o tudo,

ficou mudo,

não me convence

nem com verso,

nem conversa,

apenas se desespera,

asfixiado pela atmosfera

dessa espera

que não mais me pertence.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 23/08/2021
Reeditado em 23/08/2021
Código do texto: T7326832
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