MATRIZES
Há cores difusas mergulhadas no oceano do meu peito
Sons dissonantes que me ressoam por dentro em vagas
Aromas alucinóginos de flores e incensos
Sabores famintos de vinhos intensos e raros
Olhares que vêem mais que os meus próprios olhos
Lembranças enevoadas de um tempo nem sei se vivido. . .
Impossível definir as sensações que em mim residem
Partículas cósmicas do passado, recortes à esmo de histórias
Às vezes, ilusões muito bem encarceradas em masmorras
Outras, certezas agora divorciadas de antigas convicções
Tudo destilado sem calma no alambique fervente do poema
As minhas muitas matrizes e úteros, marcas da minha criação.
- por Hans Gustav Gaus, heterônimo de JL Semeador de Poesias, em 20/08/2018 -