GIGANTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO

Repousa em berço,
Não tão esplêndido, a
Nossa pátria
Mal cuidada
Envolta em pálida
Imaturidade ...

(e os homens repousam
no pesadelo estúpido
desta terra sonâmbula e
tão frágil)

Observo os azuis e os verdes
Já não tão limpos da
Nossa pátria
Mal cuidada
Imersa em frígida
Continuidade ...

(e os homens, os mesmos
de antes, pisam o solo
deste país que é menos nosso
do que deveria)

Tropeça o impávido
E trôpego colosso, a
Nossa pátria
Mal cuidada,
Que às vezes luta na
Clandestinidade ...

(e os homens nas ruas e casas,
carbonizando a consciência,
tentam pensar, mas pensar
dói e cansa)

Nesta terra
Há muitos mistérios da fé,
Mas nem só de fé vive o homem
Quando a noite vem
E o frio vem
E vem a fome
E vem a dúvida
A dívida ...

“E agora, José?”
É claro que não serei de
Todo pessimista ...
Há dádivas como sol
O mar e ...
Sempre (?) há uma luz no fim do túnel!

Mas continua apagada a
Nossa pátria
Mal cuidada
Que, se acesa,
Talvez cegasse o mundo
(ou a si mesma) ...

(poema escrito há 20 anos - é incrível como a realidade no Brasil não muda ...)