UMA ESPERA DE CADA VEZ
Visto-me com o sal das lágrimas
da espera infinda
no figurino que tua partida me deixaste,
mas me alimento com a perseverança do esperar,
com o mesmo tempero
do sal das espumas do mar.
Se me visto de angústia,
visito-me da esperança
que a espera infinda
se torne
a espera em vindas
e idas das ondas
com o sal do
regresso do amanhã,
como o fluxo e o refluxo
do sofrer e do sonhar:
ora a dor, o calvário
ora o amor, refratário,
represado,
reprimido,
mas jamais derrotado.