LACUNA

Desabitada.

Cresce o mato nas ranhuras do cimento.

Nenhuma voz chama ou expulsa,

Nenhum gesto cruza a porta,

Nenhuma vontade sai ou entra.

Nada é ditado pela intenção,

Pousam os pássaros nas árvores,

Os ipês ostentam a beleza efêmera,

O frio açoita o ar que flui.

O mais é o silêncio que geme.

Assim minha alma,

Desabitada…

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 22/07/2021
Reeditado em 11/10/2021
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