LACUNA
Desabitada.
Cresce o mato nas ranhuras do cimento.
Nenhuma voz chama ou expulsa,
Nenhum gesto cruza a porta,
Nenhuma vontade sai ou entra.
Nada é ditado pela intenção,
Pousam os pássaros nas árvores,
Os ipês ostentam a beleza efêmera,
O frio açoita o ar que flui.
O mais é o silêncio que geme.
Assim minha alma,
Desabitada…