DETENTO

Uma rédea tão curta que afronta o meu sonho,

faz calar o meu ímpeto, algema o caráter,

desfigura o que sou, chapiscando a certeza

com temores que outrora nem tinham sentido...

Bem querer que proíbe, que mal me quer bem,

quer-se acima da força de qualquer querer,

porque põe os caprichos além da verdade

que liberta nas graças deste sentimento...

São limites que oprimem podando-me as asas,

tornam todas as coisas pequenas e vagas,

demolindo a grandeza que tinha que haver...

O que sinto é sem voz e perdeu-se da vez,

é detento, refém, condenado à masmorra,

pra ficar ao alcance das tuas miragens...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 09/11/2007
Código do texto: T730247
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