PASSAGEM E PORTAIS

PASSAGEM E PORTAIS

Em cada passagem que compro,
Podem ser bilhetes de um corvo,
Mas serão portais que convoco,
Para que eu seja um renovo.

Às vezes eu vivo nos sonhos,
Em conflitos com neoliberais,
Sendo um Keynes tão medonho,
Debochando de vis capitais.

Pois Obama seria incorreto,
Se deixasse à toa os bancos,
Ou não desse ao povo um teto,
Ou agisse sem ter planos.

Deixar tudo solto ao vento,
Entre a oferta e a demanda,
Só trará mais um contento,
Ao diabo que cobra a comanda.

Se aumentam os bilionários,
É sinal de mais pobreza,
Pois são todos sanguinários,
Pois se acham a realeza.

Será que adianta ser ilha,
Se tem à frente o continente,
Ou será melhor a família,
Do que viver na corrente.

Porque a ilha é a solidão,
Sendo um lar incoerente,
Limitada pela ilusão,
De no mar ser a semente.

Mas restringe o meu olhar,
E me torna um reticente,
Onde hesito em continuar,
Sem partilha e ser contente.

Mas certeza terei no portal,
Do meu sonho recorrente,
Se manter todo meu ideal,
Sendo amor… e sendo gente!