INFINITA

Tu foste infinita

até nos momentos efêmeros,

quando me ofertavas eternidades

nos sonhos tíbios que eu acalentava.

Teu sorriso subjugava o tempo

que deixava, indulgente,

sua alegria perdurar em mim

nos instantes das

minhas inquietas contemplações.

Tua beleza

convidava-me a transgredir

a percepção da finitude.

Teu beijo, invisível,

eu cultivava em imaginários desejos,

com olhos fechados,

boca entreaberta,

coração escancarado de ingênuas esperanças.

Tudo em ti

era incabível, inacabado,

de uma graça

arquitetônica:

nas formas mais

harmônicas

de me apaixonar.

E foste seguindo,

sem saber,

semeando-se em silêncios,

no solo que minha'lma

adubava nas noites insones.

Nenhuma palavra,

nenhum só gesto,

apenas a ilusão

de que um dia,

por um ínfimo segundo,

eu a pudesse ter

eternamente,

como só os poetas

sabem ter.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 29/06/2021
Código do texto: T7289593
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