SEGUINDO A CADA SEGUNDO
Da estrada não levo a poeira,
refugo dos passos, nenhum,
pegadas pegadas de algum
caminho erradio,
sem beira, nem eira,
sem braço de mar,
ou beira dum rio,
do árido caminhar.
Sigo
apenas em frente,
sob pena de não ter
quem me enfrente
na escaldante caminhada,
quem me esquente
na cama fria da madrugada.
A travessia é longa,
sem lenga-lenga
nem delonga
somente ir em paz
com quem comigo faz
um jornada sem arenga,
apenas caminhando
sem olhar para trás.