O ÚNICO SEGREDO

O ÚNICO SEGREDO

Tudo que gozo,
Ou apenas desejo,
É algo que posso,
Por que ainda vejo.

Mas há um mistério,
Pairando no tempo,
E pode ser sério,
Se for com o vento.

E tudo que imagino,
Mas que não vejo,
Eu não determino,
Mas são meus lampejos.

Será que eu direi algo,
Antes que seja tarde?
Ou minhas palavras e afago,
Decantem apenas alarde?

Tento antever meu futuro,
Mas temo o que não toco,
Porque ser de touro é duro,
Então a tudo eu provoco.

E vou misturando elementos,
Mesclando a terra com água,
Fincando os cascos ao vento,
Curtindo a dor que me traga.

Assim, me sobram apenas,
Um dia adiante ou só amanhã,
Deitados nas noites serenas,
Ou mortos por fúria tardã.

E sobra o único segredo,
Que só direi pra ninguém,
Por causa de um degredo,
Que tem o véu do além.