EM VÃO
Furtiva
foi a lágrima
que escorreu,
se perdeu
na pátina
do tempo
que correu,
no lamento
que ficou,
na página
que virou,
no vento
que varreu
o sonho
que não vingou.
Furtiva,
fugitiva,
fatídica
na morte
que incorreu,
no destino
que escapou,
no desatino,
sem norte,
sem sorte,
sem glória,
uma estória
que não escreveu,
o pouco que se viveu,
tampouco aconteceu
apenas, agonizou
nas linhas da poesia
que o poeta
na sua vã melancolia
nunca terminou.