AGORA É TARDE!
Eu te avistei
no último contorno da curva,
no instante do derradeiro passo,
antes dos meus olhos envidraçarem-se
em espelhos de saudades.
Tentei alcançar a cauda
de um desejado arrependimento,
mas ela fora recolhida
e posta em algum baú de resolução.
Onde estava eu
que não traduzi
a caligrafia desta partida?
Estava em vãs leituras,
em efêmeras páginas brancas
de outros lençóis.
Agora a página foi virada
na curva do abandono,
onde só posso
declamar
e derramar
uma lágrima da elegia
da insofrível despedida.