FRAQUEZA EM DISPUTA

FRAQUEZA EM DISPUTA

Certo dia meu olho arranhou,
E pensei ser poeira e um porão,
Foi então que a sombra chegou,
E revi minha história em vão.

Meus tormentos assombram,
Minha voz embarga e tremula,
Nas leituras que assanham,
Quando as traças perduram.

Não sei mais do que falo,
Ao me ver catapulta,
E lançado em tornado,
Girando minha repulsa.

Para o mundo encrencado,
Não visto a carapuça,
Em um conflito culpado,
Mesmo quando me expulsa.

Mas há fins engraçados,
Se minha fé se recusa,
Ter Jesus de acusado,
Sem Pilatos ver culpa.

Ou a Joana é do arco,
Sem buscar por desculpa,
Ou querer qualquer lado,
Pra morrer sem ter luta.

Nesses tristes calvários,
Ninguém mesmo me escuta,
Na hipnose de armários,
Que só guardam a cicuta.

E somos todos fadados,
À fraqueza em disputa,
Quando o rio tem dois lados,
Mas a ponte não é justa.

E assim não alcanço,
Meu lugar sobre a juta,
E aguardo o descanso,
No sisal da labuta.