CLAUSURA
Guarde suas chaves dentro de si,
nas gavetas onde esquecemos o tempo,
bem no fundo nos esconderijos da alma.
Não se arvore nos calabouços.
A fechadura não se desvirgina na inércia,
nem se prostitui pela ansiedade.
Deixa a lágrima
conduzir-lhe pelos labirintos da solidão
para lavar o seu chão sujo de medo.
E quando, de fato, conhecer
o caminho da liberdade,
não precisará mais
daquela chave
A porta estará sempre aberta
para aquilo que na verdade
nunca lhe aprisionou.