DOIS VERSOS PERDIDOS EM MINHA PASTA

                      VULTOS
                                Solano Brum

Embriago-me pela beleza do sol nascente
E sigo a mesma estrada dos desgraçados;
Olho em derredor com meu olhar doente
E os meus sentidos, os vejo malfadados!

Dos sinos ouço, os repiques em dobrados
Trazidos pelo vento que passa, incontinente!
Seguem-me vultos infelizes, inconformados,
Porque pequei por amar e por amar somente!

Triste de quem vive só, ou mal acompanhado...
Triste é ter no coração uma saudade imensa,
É esse caminhar sem rumo com a alma louca...

Do que me vale a lembrança do passado
Que toma todo meu ser e jamais descansa,
Se me fogem o sabor dos beijos daquela boca!
                               = = =

                    DESTINO
                              Solano Brum

Ninguém me escuta... Ninguém e grito tanto
E há quem diga que sou louco por gritar!
Em meus versos exponho todo o meu pranto
E ainda há quem de mim se nega acreditar!

Ninguém me escuta mas o meu lado santo
É o que tenho nas mãos para ofertar!
Meu coração tem a harmonia do acalanto
Mas meu grito, não há quem o possa escutar!

Penso que na vida, não sou ninguém...
Não tenho versos, tampouco inspiração,
Carregando fardo por essa vida em fora!

Estrela sem brilho na imensidão do além,
Barco perdido em alto mar, sem direção,
Lenda da cigarra que canta depois estoura!
                     = = = = = = =

Bela Interação do meu amigo Jacó Filho, a qual, abrilhantou ainda mais essa página.



           MEU GRITO
                      Jacó Filho

Qualifiquei-me e trabalhei quanto pude,
Aposentei-me pensando ajudar os meus.
Mas ainda grito, ao orar pedindo a Deus
Pelos desvalidos que não há quem ajude.

Amo como aprendi e o faço do meu jeito.
Independe da dor que vezes e outra vem
Respeito às pessoas como irmão também.
Sendo quite com a lei e os meus defeitos...

Sou pra liberdade as formas que ela vem,
Quando solto gritos que ferindo meu peito
Corta suas amarras com os elos estreitos,

Pro mundo a perceber, tal viesse do além.
Quem sabe assim, catalisem seus efeitos,
Pra cada ser vivo, gritar por seus direitos...
                       = = = = =

Grande Poeta, Príncipe das Trovas desse Recanto. Obrigado por sua belíssima interação.


POETA OLAVO
"O poema que fiz pra ela
Está calado em meu peito
Debruçado numa janela
Aguarda meu querer sem jeito."

             = = = =





 

Solano Brum
Enviado por Solano Brum em 19/04/2021
Reeditado em 22/03/2024
Código do texto: T7236087
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