ESBULHO

O que de ti possuí,

com a perda eu cortejei,

decretei a minha sentença

e da posse,

sem sorte,

restou o vazio da pertença.

Apropriei-me

daquilo que tinha

nas mãos da solidão

e de tanto tê-la

no invisivel querer

tornei-me divisível

entre ter que te ter

em troca duma ilusão.

De toda propriedade

haverá de ter seu declínio,

falo com propriedade,

por isso, fico só com meu verso

de todo o resto, eu declino.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 19/04/2021
Código do texto: T7235497
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