ESBULHO
O que de ti possuí,
com a perda eu cortejei,
decretei a minha sentença
e da posse,
sem sorte,
restou o vazio da pertença.
Apropriei-me
daquilo que tinha
nas mãos da solidão
e de tanto tê-la
no invisivel querer
tornei-me divisível
entre ter que te ter
em troca duma ilusão.
De toda propriedade
haverá de ter seu declínio,
falo com propriedade,
por isso, fico só com meu verso
de todo o resto, eu declino.