A gente não sabe
A gente não sabe como está
O mundo ao dobrar da esquina
Nem se vamos encontrar uma voz
Que cante junto com a nossa
As alegrias
Ou as tristezas
Incertezas da vida...
A gente não sabe
Se ao abrir a porta
A casa vai estar vazia, ou cheia,
As coisas no lugar, ou por arrumar,
A gente não sabe se vai querer ficar,
Ou partir, se existe alguém ali...
A gente não sabe se ao dormir
Vamos sonhar,
Ter visões de flores e jardins,
De um professor a nos ensinar,
A gente não sabe se vai acordar,
Pesadelos excruciantes, suores gelados
Não sabe, a gente não sabe...
Mas podemos ir até a esquina,
E depois ultrapassar,
Dobrar outra esquina e continuar...
Bater na porta da casa, entrar,
Ajeitar, comunicar, sair, prosseguir,
Fazer uma casa do mundo,
Procurar sua porta, esquecer a porta, não é preciso entrar...
E se dormir, porque querer sonhar com o sonho que cansamos de enfeitar,
Virão outros,
Serão novos,
E no entendê-los,
No esforço por aprender
Como compreendê-los
É que realmente sonharemos,
Sem fórmulas, sem receitas,
Apenas com a nossa vontade
De querer aprender mais e mais,
Porque
A gente não sabe....