PLATONISMOS

Das formas do amor,

daquelas que o coração fermenta

em pensamentos febris,

em suores noturnos e palpitações,

ainda sigo procurando pelas inalcançáveis,

as incansáveis,

que as melhores palavras poéticas

não conseguem ter nas mãos de seus versos.

Vivem numa penumbra de sonhos,

emaranham-se em teias invisíveis,

aracnídeas devoradoras de efemeridades.

Nutrem-se de desejos inconclusos,

na atmosfera da eterna iminência.

Se vestem de perfeição,

e por isso mesmo são o que são:

uma mística projeção,

um conceito inacabado de divindade.

Divertem-se

com a tentativa vã do amante

ser maior do que

sua capacidade de amar ...

de versejar,

apenas de idealizar

um momento idílico,

incólume no tempo e no espaço,

que se esconde nos infinitos

para que sua essência

nunca tenha fim.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 05/04/2021
Código do texto: T7224799
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