A LAVRA DA PALAVRA
Da escuridão,
não me atrevo
a ser treva,
nem trava,
nessa trova,
nessa trívia,
nem tão curva
nem tão turva,
apenas trivial.
Da luz,
procuro a chave,
no meio da chuva.
E quem achava
que me enxovalhava,
era eu quem molhava
as flores do quintal.
E assim
de versos em verso,
de rima em rima,
esta terra é a minha lavra.
Com ela eu converso,
planto sementes de palavra,
minha obra-prima,
que cresce e floresce
para além do ponto final.