A CORUJA NA NOITE

A CORUJA NA NOITE

A coruja tem asas abertas à noite,
Bem depois de dormir na encosta,
Sob a lua e no rastro do açoite,
Garimpando os ratos que gosta.

Toda noite passeia nos campos,
Cortejando as estrelas que há,
Com seu pio ela diz aos calangos,
Ser rainha da luz do luar.

Sob um galho o vento lhe chama,
Mesmo quando ginga a cabeça,
Com seus olhos fiéis na campana,
Com a caça disposta na mesa.

Com a coruja se junta o morcego,
E o guará ou a onça pintada,
Pois o reino da noite é de medo,
Quando a fome noturna não tarda.

Ser carnívoro é ter no jantar,
Toda vida que nada ou voa,
Mas também o que vai a andar,
Ou rasteja beirando a lagoa.

Mas eu vejo a caricata coruja,
Pelo símbolo da sabedoria,
Mesmo quando é noite de chuva,
Tendo bruxas como companhia.

E os segredos envoltos na névoa,
Se misturam em poções no fogão,
Com os chás e preces sem trégua,
Que nos salvam ou são ilusão.

🌛🧝🦉🧙🌜