SONHOS DE POETA

Com quem sonhas,

ó poeta,

nesta noite fria,

na lânguida lágrima do luar?

Viajas na tua pena

na peça que tu encenas:

um sopro da tua poesia,

sem ainda te perceber num nome,

apenas um momento, insone,

que tens para te dar.

Do lírico ventre

te acalentas toda fome

que alimentas teu versejar

O infinito que lhe consome

és hoje, e sempre

maior motivo desse teu procurar.

E se não a encontrares nas escrituras,

é porque tantos nomes

haverá por certo de chamar,

e se não sabes ainda reconhecer

entre tantas belas esculturas,

deitas no desconhecido

no leito do teu universo

tão bem preenchido

com cada espuma do teu verso

que suaviza o adormecer,

com a fantasia que inventas

nas madrugadas só tuas

nos sonhos só dela

na luminosa aquarela

de estrelas sonolentas

sem vontade de despertar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 27/02/2021
Código do texto: T7194538
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