SUPERAÇÃO
Sei que tu encerras em meu peito
o estandarte que ostentas,
carregas e fincas
nas rachaduras do coração.
E vives a contar bazófias,
colecionar falácias
na mudez da minha dor.
Sabes que o tempo
é provedor das ataduras:
as invisíveis,
que são tecidas
fio-a-fio,
dia-a-dia
nos rituais da superação.
Da voz amordaçada,
emergirá de toda a cicatriz
o grito de liberdade,
e, então, saberás
distinguir a felicidade perdida
em algum lugar da oportunidade
por ti desperdiçada.