AQUIESCÊNCIA

Permita-me

ofertar-lhe meu silêncio,

pois de incompreensões

já me fiz loquaz.

Deixe-me

oferecer-lhe minha paz,

porque de guerras

já me tornei voraz.

Apenas peço-lhe

que esta poesia

ocupe o espaço

de suas dúvidas,

e perceba em mim algo

que o lirismo

é mais hábil de comunicar

do que as oralidades descuidadas.

Se possível for,

nessa insana e sôfrega

captura do tempo perdido,

ainda lhe solicito

seus anímicos olhos e ouvidos,

ávidos da mais bela fantasia,

para que os meus versos

possam ser a razão

pela qual ainda valha

a pena viver,

ou pelo menos sonhar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 07/02/2021
Código do texto: T7178755
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