Não Sei II
 Não sei, e se soubesse não o diria.
 Quem é que acreditaria.
 Acreditam nas instituições, sejam quais forem as lições.
 
  Sou  pagã até ao fundo do meu espírito.
   Quem me mostrou que sabem amar foram as borboletas
   Querendo em meus braços pousar.
 
   Pássaros a me desafiar para que eu aprendesse com 
   eles a voar.
   Flores de mil cores.
 
   Ai! Minha alma perfumista aspirava odores típicos daquelas cores.
  Como abelhas fazem mel, queria um destilador para extrair  e
  Guardar o perfume de cada flor.      
 
  O verde das matas, a água caindo em cascatas, correndo, correndo
   Querendo chegar ao mar.
   Sabem bem que é ali um bom lugar para descansar.
 
   O vento não volta ao passado.
   Não se fica no pecado.
   Não  leva consigo nada que torne o fardo pesado.
 
   O sol! Sede do amor maior. Quem o faz brilhar?
    Como será o gerador de tanta luz?
    Ou serão vários geradores, várias irradiações, 
 
    Que  em algum ponto do Universo se fundem com intrínseca
     intenção: abraçar a Terra inteira, ser pão da vida, cálice da
    da salvação para os filhos de Deus que vivem na tribulação.
 
                                                             Lita Moniz