DESPROPÓSITOS
Há de ter um despropósito
na felicidade,
como o vento
na leviandade de carregar as folhas
para construir invisíveis florestas.
Um lugar ao longe,
nas proximidades dentro de nós.
Sentimento de preencher tudo
com nada mais do que o vazio
na gratuidade da leveza,
na singela beleza de ser
o laço que nos prende,
quando desata os nós.
Meu propósito é não ter nenhum
deles,
navegar sobre águas
infinitas do oceano
e banhar-me delas
com o que pudermos
lavar nas mãos.
ou levar no coração.
Viver
e sorver
na simplicidade
de todas as coisas
a essência daquilo que
despropositadamente nos faz sonhar.