SENSUAL

Quero te vestir

com toda nudez,

para poder despir-te

da beleza

dos teus pudores

que ocultas

em meus desejos,

em meus ardores.

E inconfessadamente

pronunciar-me em

delírios

no orvalho

das folhas que caem

e no orgasmo

das que se abrem.

Mesmo que se faça

proibido

ato impudico,

eu lhe dedico

a libido

na transgressão

do pensamento

depravado,

impuro

no reservado

do quarto

escuro,

na possessão

do quadril

impregnado

de pecado

ou de virtude.

Na liturgia

de um verso

molhado

se conjuga

o profano

e o sagrado,

amiúde,

todo dia,

pelas mãos

e pela pena

mágica,

e fálica

da poesia

que faço:

faminta

do teu corpo,

do teu regaço.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 25/01/2021
Código do texto: T7168603
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